quinta-feira, 8 de março de 2012

Calafate


O visual atraente e o cuidado com que o casal se dedica à reprodução, durante a maior parte do ano, são alguns dos atrativos do Calafate.



A beleza delicada e exótica do Calafate ajudaram-no a tornar-se um dos pássaros mais criados no mundo. O avermelhado do bico, de peculiar formato cônico, aparece também nos anéis ao redor de cada olho. Na verdade, o seu bico é transparente e o colorido vermelho é proporcionado pelo sangue que nele circula. A cabeça preta com uma mancha branca destaca-se do corpo cinza, sua coloração original, que pode se apresentar em tons mais claros ou escuros. É encontrado também em mutações de diversas cores (veja ficha). Originário de ilhas indonésias como Java, Sumatra e Bornéo, voa em bandos e torna-se uma praga nas plantações de arroz. Seu nome científico Padda (Lonchura) oryzivora significa "comedor de arroz". É chamado também de Pardal de Java ou Pada. O nome popular Calafate vem dos calfat, como eram chamados os marinheiros encarregados de vedar as juntas das embarcações, na função de calafetar o navio, normalmente com estopa para impedir a passagem de ar ou água. À sua semelhança, o Calafate constrói o ninho como se fosse uma bola oca e o fecha bem, de forma que reste apenas uma pequena abertura de entrada para a luz não se infiltrar.
A Indonésia e suas ilhas pertenciam, desde o século 17, à Holanda, cujos marinheiros espalharam o Calafate pelo mundo. Na trilha de difusão da espécie começaram por Zanzibar, Ilhas Maurício, Santa Helena e continuaram pela Índia, Malásia e parte da China. Chegaram então à Europa onde sua primeira criação amadora bem-sucedida é de 1890, na Suíça.
No Brasil, o Calafate está há mais de 40 anos. Vive e se desenvolve muito bem já que é uma ave de clima quente. Chegou aqui através de criadores brasileiros que foram buscá-lo na Europa e de marinheiros orientais que aportavam trazendo exemplares na bagagem.
ROMANCE

Resistente, o Calafate é uma ave que se dá bem em viveiros externos, onde pode ser criado em colônias ou com outras espécies, como Periquitos Australianos e Diamantes Mandarim. Os criadores preferem, entretanto, tê-lo em gaiolas formando apenas um casal, onde fica mais dócil, aceita bem a aproximação das pessoas e se reproduz normalmente. 
O macho é um pai e tanto. Costuma colaborar com a companheira em todas as etapas possíveis da procriação. Em março, junto com a fêmea, trança o capim e confecciona o ninho cuidadosamente. Eles não deixam escapar nem mesmo eventuais folhinhas que, por acaso, fiquem presas em algum lugar. A partir daí, acasalam-se. Assim que a fêmea termina de botar os ovos, revezam-se no choco e, em conjunto, passam a alimentar e cuidar dos filhotes. Todo este processo dura cerca de dois meses. Logo depois, o ciclo reinicia, e assim sucessivamente, até o fim de outubro. Começa, então, uma nova fase, a da recuperação física do organismo desgastado pelo período reprodutivo. Vai até o mês de março e durante a mesma ocorre a muda, que dura no máximo dois meses. Terminada esta fase, retornam à reprodução.

OLHOS FECHADOS

O Calafate se estressa facilmente em viagens e pode morrer, exigindo cuidados especiais no seu transporte. Alguns criadores costumam transportar seus pássaros em caixas de transporte (veja ficha). Mesmo assim, ficam com muito medo, tanto que mantêm os olhos fechados durante o percurso e não os abrem enquanto a viagem não terminar. 
Os criadores recomendam nunca transportar o Calafate na época da muda. Neste período a resistência cai bastante e, por isso, aumenta muito a chance do estresse ser fatal.
MUTAÇÕES

O corpo cinza do Calafate original pode apresentar tonalidades mais ou menos intensas. A preferida pelos criadores é a cinza escura. Existem também as seguintes mutações:
Branca - Tem os olhos pretos.
Albina - Branca com os olhos vermelhos.
Canela - Cabeça marrom escura e corpo marrom claro.
Isabelina - Cor marrom mais clara que no Canela.
Canela diluído - Corpo branco, cauda e cabeça bege e olhos vermelhos.
Arlequim - Manchas brancas irregulares sobre o corpo cinza.
FICHA
Tamanho: porte pequeno, até 15 cm.
Instalações: em local protegido de ventos e chuvas, com bastante claridade. Viveiro: até 5 casais - 1,5 m (comprimento) x 1 x 1 com tela só na frente, coberto totalmente com telhas de barro. Gaiola: GR3 com 70cm x 40(largura) x 30 (altura).
Caixa de transporte: de madeira, 40cm x 25 x 10, com só uma face em tela, para 10 aves.
Alimentação: granívoro. Dar, diariamente, ração industrializada para granívoros à vontade, ou uma mistura de sementes não lavadas para maior durabilidade (para 5 casais, por um mês: 5kg de painço, 2kg de alpiste, 1 kg de aveia). Pode-se complementar 2 a 3 vezes por semana com maçã picada, couve, almeirão e escarola e insetos. Farinhada (para o período da procriação Pendurar 1/4de espiga de milho verde cru, 2 a 3 vezes por semana, na gaiola. Água: não pode faltar.
Identificação sexual: o macho adulto canta mais, seu bico ocupa uma área maior na face e tem o anel em volta dos olhos mais vermelho.
Ninho: caixa de madeira cúbica, 20cm x 20 x 20, com tampa, fora da gaiola com a abertura redonda voltada para a gaiola. Se menor pode prejudicar a postura da fêmea. Em viveiro, a quantidade de ninhos deve ser 50% superior ao número de casais. Na gaiola, colocar o ninho junto com o casal, a partir dos 10 meses de idade.
Reprodução: início de março. Durante 4 dias colocar um punhado de capim barba-de-bode para cada ninho. Enquanto o capim não acaba, o casal tece o ninho - uma bola oca que ocupa todo o espaço do cubo. Depois de pronto, pode-se cortar a parte superior da bola com uma tesoura, para inspeções quando abrir a tampa. Nunca limpar o ninho. A fêmea fica nervosa e prejudica a criação. Um mês e meio depois começa a postura. A fêmea põe de 4 a 6 ovos (demora 4 dias). Depois do último, começa a chocar, revesando-se com o macho. Após 15 a 16 dias os ovos eclodem. Os filhotes são separados dos pais aos 35 dias. A nova postura começa 3 dias depois. De março a outubro são 4 a 5 posturas. O casal tem por temporada cerca de 20 filhotes.
Higiene: adora banho. Na época de criação, em dias quentes, colocar diariamente uma vasilha com água para banho. Na muda (novembro a fevereiro), apenas uma vez por semana.
Saúde: não há doença específica. Boa higiene e alimentação bastam. Bico quase branco é sinal de anemia.
Muda: se durar mais de 2 meses significa algum problema.

Fonte de pesquisa:
Texto: Site petbrazil
Fotos: Internet

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